Fui procurar uma foto minha nadando durante a gestação, e descobri que não tenhooooooooooooo!
Mas encontrei uma foto antes de eu ir para a aula, e me inspirou a contar para vocês a minha experiência com atividade física durante a gestação.
Eu sempre fui uma mulher acima do peso recomendado para ser considerada “saudável”. Entretanto, apesar de ser sempre vista pelos médicos como uma potencial doente por ser obesa, eu sempre tive exames exemplares. Não posso e nunca pude reclamar da saúde.
No entanto, quando gestamos, nosso corpo passa por diversas alterações físicas, hormonais e emocionais. E a própria gestação faz com que o ganho de peso seja, para a maioria das mulheres, muito mais fácil e incontrolável do que quando não estamos grávidas.
Nas duas primeiras gestações, engordei 27 kilos cada. Me assustei. Fiquei deprimida no final da gravidez. Minha mobilidade estava comprometida, não me sentia disposta e com energia. Tive duas cesáreas nas duas primeiras gestações, não planejadas, não desejadas e não necessárias. E também não tinham nada a ver com o peso que beirava os 100 kg. Pelo menos não declaradamente.
Na 3a e 4a gestação, já mais madura e com um objetivo muito claro em mente – de não engodar mais do que 10 kg (e consegui!!!!!) – procurei acertar ainda mais a alimentação e retirei do cardápio alimentos industrializados ricos em açucar, sódio e gorduras. Aliás tirei mesmo o sal e o açucar da gestação para não ter alteração de pressão. E mesmo assim desenvolvi, na 3a gestação, um quadro de diabetes gestacional que descobri quase no final do terceiro trimestre.
Minha obstetra na época me recomendou além da dieta, exercícios para “queimar o açucar circulante” no sangue. E foi ótimo. Porque eu comecei a nadar na piscina do condomínio onde eu morava, e eu não engordei nem uma grama a mais nas ultimas 6 semanas de gestação.
Na 4a gestação, sentia, desde a 25a semana, dores muito fortes provavelmente por conta das aderências (das duas cesáreas) e também dores nas articulações da pelve que pioravam a cada semana. E o pior. Eram dores que eu não tinha sentido em nenhuma gestação, e portanto, não sabia como lidar com elas.
Uma das minhas doulas, é personal trainer de formação, me incentivou muito a nadar, assim como a obstetra e as parteiras.
Nenhuma delas me falou para ficar quietinha pq eu estava grávida. Pelo contrário.
Demorei muito para acreditar e ir. Primeiro porque eu não tinha dinheiro para pagar a natação. Como estava muito pesada, eu não conseguia caminhar como minha parteira havia recomendado, pois as dores nas articulações pioravam. Foi quando, no final da gestação, ganhei um mês de aula de uma amiga querida. Me matriculei e comecei.
Fui para a primeira aula descrente, achando que não conseguiria fazer nem 10 minutos de aula, de tantas dores, de tão pesada e de tão cansada que eu estava. E foi tão bom!!!! Foi tão bom que apesar do frio de junho-julho eu ia TODAS AS NOITES para a natação. TODAS. Muitas vezes eu fiz aula sozinha, porque nenhum outro aluno tinha coragem de ir para a academia com aquele frio! Risos.
Durante e após a aula me sentia leve, me sentia disposta, conseguia NADAR (não era hidro, era natação!!) durante os 60 minutos de aula. Foi a melhor coisa que eu fiz durante a 4a gestação.
Não ganhei peso durante as ultimas 6 semanas de gestação, as dores praticamente sumiram (também entrei num programa de osteopatia do SUS graças a uma amiga fisioterapeuta e osteopata que me deu a dica) e eu me sentia ótima.
Então deixo a dica. Mantenha-se ativa. Se não conseguir caminhar, tente a água. Exercitar-se dentro da água quentinha e o fato de dentro dágua não sentirmos o nosso peso, é uma terapia incrível para gestantes.
Na foto eu estava com 39 semanas e 6 dias. Era uma sexta feira e, eu não sabia, seria minha ultima aula antes da Sophia nascer. No domingo minha bolsa rompeu e ela nasceu na terça feira as 09:00 da manhã. <3