Quando uma mulher gesta, parece que todos a sua volta gestam também. Gestam a expectativa da chegada desse bebê,e por isso é muito normal que todos queiram visitar o novo membro da família o quanto antes!
A expectativa é tão grande que muitas vezes, sem querer até, os amigos e familiares pressionam para a chegada desse bebê.
Telefonemas, emails e recados pelas redes sociais são bem comuns: “E aí? Nada desse bebê nascer? Vai passar da hora hein?”. “Quando chega o bebê?”. “Me avisa quando você for ao hospital???”.
Pessoal!!!! Deixem essa mulher gestar em paz! O bebê virá na hora que tiver que vir! É óbvio que não dá pra avisar todo mundo que pede o momento que a mulher está de saída para o hospital. Primeiro porque se ela estiver mesmo em trabalho de parto ela nem vai lembrar da sua existência. Segundo, porque é um momento íntimo. Todo mundo que vai fazer sexo, para tentar engravidar avisa os amigos e familiares? “Mãe, pai, amiga! Estou indo ali, dar uma transadinha com o fulano para tentar engravidar!”. Parto é a mesma coisa. Não peça e não espere ser avisado.
Bom. O momento do bebê nascer se aproxima, e por acaso, alguém mais íntimo da família deixou escapar que a mulher está em trabalho de parto. Não tem coisa mais desagradável do que um telefone tocando insistentemente nesse momento. Se você ficou sabendo que essa mulher está em trabalho de parto, o que você tem a fazer é NÃO ligar, NÃO aparecer na casa dessa família ou no hospital. Cada trabalho de parto é um, alguns levam muuuuuuuuuuuitas horas e você não poderá ajudar ou antecipar esse nascimento. É um momento íntimo da mulher (ou do casal) e, no máximo, da equipe que esse casal contratou. Por mais que você seja um (a) amigo (a) íntimo (a) pode ter certeza que sua presença não será bem vinda.
O período pós-parto é um período tão delicado quanto o período que antecede o parto. Mãe e bebê estão se conhecendo, estão se adaptando a uma nova rotina. É um período difícil, onde muitas vezes a mãe precisa se recuperar ou de um intenso trabalho de parto, ou de uma cirurgia. Além disso é o período onde se estabelecerá o vínculo, mãe-bebê, pai-bebê (se houver) e a amamentação. E amamentar para a maioria das mulheres não é fácil, não é simples. Além disso até que o bebê estabeleça uma rotina de sono, essa mãe provavelmente estará sem dormir direito, estafada e a ultima coisa que ela deseja será fazer sala para visitas.
O papel do pai, ou de alguém que esteja próximo à essa mulher (mãe, amiga, irmã), é muito importante para estabelecer regras e limites para as visitas. Por tanto, pai, avó, irmã, cunhada, amiga: não sintam-se constrangidos em barrar uma visita se essa chegou sem avisar e fora de hora!
Para não cometer nenhuma gafe, leia abaixo algumas regras de etiqueta que a Dra Melania Amorim (obstetra, ginecologista e mãe do André e do Joaquim), a Renata Olah (Doula) e eu preparamos:
2 – NUNCA, mas NUNCA MESMO, chegue sem avisar (mesmo sendo mãe ou sogra da mulher). O pós-parto é um período em que a mãe deve se dedicar exclusivamente ao seu bebê e ao seu bem-estar. Por isso, se você aparecer do nada pode acabar encontrando uma mulher descabelada, desarrumada, às voltas com cuidados com o bebê ou então dormindo!!!
3 – SEMPRE ligue para combinar um horário.
4 – NÃO PEÇA PARA PEGAR NO BEBÊ. Além de você estar trazendo os germes da rua, o que pode preocupar algumas (várias) mães, você corre o risco de ela dizer “não” (com toda a razão) e você ficar sem graça. Também não toque ou beije o bebê, pelo mesmo motivo.
5 – SE a mãe permitir e você for segurar o bebê, lave bem as mãos. Isso a deixará bem mais tranquila!
6- NÃO queira acordar o bebê, e tampouco “esticar” a visita até que ele acorde, o que pode prolongá-la indefinidamente e impacientar a mãe. A prioridade é o conforto do bebê, que deve dormir sossegadamente…
7 – NÃO se preocupe em dar presentes para o bebê. Na visita pós-parto, vale mais levar alguma refeição ou lanche, do que presentes. Mas se isso for muito importante para você, então opte porpresentes úteis e se possível, que a mãe vá usar logo!
8- Se estiver doente, NÃO visite. Acho que dispensa explicações!!
12 – A visita deve ser CURTA, no máximo 30 minutos, a menos que expressamente a mãe convide você para ficar. Não fique esperando que a mãe te dê o máximo de atenção. Agora ela não está em momento de fazer “social”. Deixe para por o papo e colocar as novidades em dia em outra ocasião. Prolongar a visita irá interferir na rotina da casa e perturbar os cuidados com o bebê.
13 – Nunca dê conselhos para a mãe. Se ela quiser ela pedirá. Não é porque você já tem 10 filhos que você saberá o que é melhor para aquela mãe e aquele bebê!
14 – Nunca, em hipótese alguma, diga para a mãe dar mamadeira com leite artificial. A mensagem que você passa para ela é que o leite dela é fraco e ela não é capaz de amamentar. Tenha certeza que essa mulher irá nutrir por você um sentimento nada bom pro resto da vida dela. Se quer ajudar, fale para ela procurar ajuda de uma especialista em amamentação, ou para procurar ajuda no banco de leite mais próximo dela.
15 – Se a mulher foi submetida a uma cesárea, está debilitada. Não visite a menos que seja para ajudar nos afazeres domésticos, cuidar da roupa e da comida para que ela possa se recuperar mais rapidamente.
E você? Tem alguma dica? Envie para mulheresempoderadas@yahoo.com.br
Beijos
Gisele Leal
Coisas simples, mas que é sempre bom repassar!!! Valeu!!!
Gisele, adorei o seu post. Nossa, eu sofri bastante com visitas intermináveis e palpites indesejados. Ah se eu tivesse lido seu post há uns dois anos atrás!
abraços,
Daniela