Gestação, Parto e AmamentaçãoParto

Quanto vale um parto?

Por 25 de junho de 2013Sem comentários

Para algumas um parto vale o que se paga pro convênio. Para outras vale menos ainda que isso. Para outras não tem preço.

Me incluo neste terceiro grupo. Para mim, parto não tem preço.homebirth1

Não  tem preço, porque um parto culmina em no mínimo três grandes eventos. Morte, renascimento e nascimento. Morte da mulher que gesta, renascimento da mulher-mãe, nascimento de um bebê. Muitas vezes num parto nasce também um pai (ou uma outra mãe, parceira da mulher que pari). Outras tantas nascem também avós, tios e tias. É um evento que envolve muitas vidas, muitas histórias, muitos  ritos de passagens. É tão significativo que todos que cercam a mulher grávida, parecem gestar com ela. E tornam-se mais ansiosos do que a própria mulher quando se aproxima a tão esperada data provável do parto.

Infelizmente, quem mais está próximo à gestante, em geral é quem menos consegue entender as necessidades e os anseios dela. Preocupam-se mais em comprar presentes (que muitas vezes nem serão usados) do que realmente tentar entender o que é importante para o essa gestante e pro bebê que vai chegar. Vivemos num mundo  tão capitalista, que é chique sair comprar uma roupinha ou um brinquedinho pra um bebê recém-nascido. Mas espera um  pouco. O que essa mãe e esse bebê precisam de verdade? Precisam de roupa? Sapato? Toalha? Cobertor?

Existe toda uma expectativa de que a mulher se ocupe com o enxoval, com o quarto do bebê. Eu mesma, ouço todos  os  dias: mas e o enxoval? Você não vai comprar nada?

Não pretendo comprar nada. Roupas de bebê são pouquíssimo usada, e em geral é perfeitamente viável reciclar entre amigas. Ganhei algumas roupinhas de amigas que acabaram de ter seus bebês e ainda vou ganhar mais  assim que o bb4 nascer. Sei que essa questão de não saber o sexo dificulta um tantão! 🙂

Se quiserem mesmo me dar algum presente, ou presente pro BB4, peço que colaborem com a Vakinha que minha amiga Patricia Damico  abriu. Basta clicar aqui.

O número de profissionais que atendem no modelo humanizado e com base em evidências científicas é muito pequeno no Brasil, e por  isso hoje em dia apenas pagando particular para ter uma assistência nesse modelo. Precisamos criar demanda e exigir. Participar das reuniões dos conselhos municipais de saúde de nossas cidades, levar plano de parto nos hospitais, enfim, fazer valer nosso direito. O próprio Ministério da Saúde preconiza um atendimento baseado em evidências e humanizado. Mas a prática ainda está muito longe disso.

 Assim como outras mulheres tiveram a iniciativa de fazer rifas, de fazer vaquinhas e outras ações para ajudar a pagar um parto humanizado, aderi ao movimento. Mais do que arrecadar fundos para pagar meu parto, quero muito poder contar com ajuda de consultores para montarmos uma cooperativa pró-parto humanizado. Abri por enquanto apenas um grupo no facebook para dar o ponta-pé inicial nessa idéia. Se quiser participar, clique aqui.

Então? Tem experiência em abertura e gestão de cooperativas? Gosta da temática? Vamos conversar?

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