Muitas pessoas me perguntam sobre o que quero dizer quando tive um Parto Ativo.
Existe um livro excelente, que li e me ajudou muito, e que também costumo indicar para minhas doulandas – O Parto Ativo de Janet Balaskas.
Aliás, faço um “parenteses” aqui, pois tive a oportunidade de estar com a Janet por 2 vezes e ela realmente é uma mulher empoderada e iluminada. Fez a diferença para que o Parto Ativo se tornasse uma realidade em Londres, e continua trabalhando para que seja realidade em todo o mundo.
Esse movimento todo pelo Parto Ativo ganha força, porque somos forçadas a acreditar que não somos capazes de parir devido a todo desenvolvimento da obstetrícia moderna dos ultimos 3 séculos.
Não sabemos (nem os obstetras sabem) como um parto fisiológico natural se desenrola, porque como eles mesmos dizem, são preparados para emergências.
O Parto Ativo não é uma novidade. É simplesmente um nome dado a um trabalho de parto e um parto normais e o modo como um parturiente se comporta quando segue seus próprios instintos e a lógica fisiológica do seu corpo.
E uma maneira de dizer que ela realmente está no controle do seu corpo durante o processo do parto e que não é o objeto de uma “condução ativa” do parto pela equipe obstétrica.
Quando uma mulher se decide e opta pelo Parto Ativo estará reconquistando o poder fundametal como parturiente, como mãe e principalmente como mulher, além de oferecer ao seu filho o melhor modo de começar a vida e uma transição segura entre o útero e o mundo, de forma que a tecnologia da obstetrícia moderna será usada em caso de alguma dificuldade ou complicação inesperada aconteça e estará livre para fazer uso de toda tecnologia, sabendo que deu o melhor de si e também sabendo que foi uma escolha consciente e que a intervenção foi realmente necessária. Desse modo, mesmo o parto mais difícil pode ser uma experiência positiva.
A preparação para o Parto Ativo diminuirá a probabilidade da ocorrência de complicações na gravidez, assegurando que a gestante chegue ao parto em ótimas condições de saúde, além de melhorar e apressar a recuperação, independente do que tenha acontecido.
Uma mulher informada, e que opta pelo Parto Ativo vai querer se movimentar livremente durante o início do trabalho de parto escolhendo posições verticais confortáveis tais como ficar em pé, caminhar, sentar-se, ajoelhar-se ou se agachar. (*Aliás, tudo isto consta das diretrizes do ministério da saúde). Entre as contrações vai encontrar maneiras de descansar nessas posições confortavelmente apoiada em travesseiros ou almofadas. Ao aproximar-se do perído expulsivo pode ainda fazer uso de posções verticais, as mais confortáveis ou práticas. No período final, vai utilizar uma posição expulsiva natural (geralmente amparada ou sustentada), tal como acocorada ou ajoelhada.
Um Parto Ativo é insintivo. Baseia-se em dar à luz de modo natural e espontâneo por meio de sua própria vontade e determinação, tendo a completa liberade de usar seu corpo como bem escolher e seguir suas solicitações. O Parto Ativo é uma atitude mental. Envolve aceitação e crença na função natural e na natureza involuntária do processo do parto, tanto quanto uma atitude ou posicionamento apropriado do corpo.
Não é meramente algo que é extraído ou descarregado pela vagina, onde os atendentes controlam a situação e a gestante não passa de uma paciente passiva. O Parto Ativo é mais confortável, seguro e eficaz do que um parto passivo, o que é confirmado por vários estudos científicos comparando mulheres ativas durante o trabalho de parto com aquelas que se deitam passivamente (a lista de referências dos estudos científicos está no Livro Parto Ativo).
Referência – Parto Ativo – Janet Balaskas – Ed. Ground – 2a Ed.,2008