Humanizar a assistência ao parto, é preciso.
Assim como humanizar toda assistência à saúde. Assim como humanizar nossas relações. Vivemos um momento (será que passa?) tão conectadas às telas e máquinas que perdemos o olho no olho, o abraço, o estar juntos e viver o agora.
Mas afinal de contas, o que é o parto humanizado?
Algumas mulheres chegam até mim, dizendo que não querem parto humanizado, porque não querem sentir dor.
Mas humanizar o parto, não diz respeito à ter um parto com dor. Pelo contrário.
Algumas dizem que querem parto no hospital, então não querem parto humanizado. Mas será que a humanização está atrelada ao local de parto?
Então que tal, entender de fato o que é o Parto Humanizado, desfazer tabus e preconceitos?
Parto Humanizado é aquele em que a mulher é ouvida em seus desejos, expectativas e anseios. E com base nesses desejos, expectativas e anseios, ela pode e deve elaborar um plano de parto e dividir com a equipe que vai assistir seu parto. Sua demanda deve ser avaliada pela equipe profissional, que com olhar individualizado vai adotar a melhor conduta para que suas expectativas sejam atendidas. E por isso é importante essa mulher/casal entender o que é um parto fisiológico, como se desenrola, para então decidir o que ela deseja, o que ela tolera e o que ela não tolera. E colocar isso expresso em seu plano e discutir com a equipe
Além disso, num parto humanizado a equipe, com base no exposto pela mulher, deve adotar uma assistência individualizada, segura, baseada em evidências científicas, sempre compartilhando com a mulher/casal as condutas que serão tomadas, quais os riscos e benefícios de cada conduta para que a decisão sobre a conduta seja compartilhada. E é por isso que é MUITO difícil um profissional assistir um parto sozinho, e isso mostra o porque num Parto Humanizado quase sempre a assistência é multiprofissional. Ou seja, essa mulher vai ser assistida com um olhar individualizado, de forma integral, por profissionais com saberes múltiplos, em um modelo onde cada profissional entra e atua em uma fase específica com um objetivo específico, baseado naquilo que a mulher espera dessa assistência. Esse modelo aumenta MUITO as chances das expectativas e desejos da mulher/casal serem atendidos, porque há uma equipe para prestar um suporte integral e contínuo, o que confere segurança à assistência e maior possibilidade dessa mulher ter seu plano, demanda e expectativas atendidas.
Então vale a pena, enquanto está grávida ainda, analisar se o profissional que está te atendendo adota o modelo humanizado ou não. Se já na gestação, durante o pré natal o seu prenatalista pergunta sobre suas expectativas, e te dá alternativas para uma gestação, parto e pós-parto saudável e seguros; se indica outros profissionais que possam te auxiliar na construção de uma experiência positiva de gestação, parto e pós-parto, e se faz o pré-natal com base no que as evidências científicas recomendam (consultas, exames, etc). Se o trabalho dele engloba os 3 critérios acima, há grandes chances desse profissional prestar uma assistência humanizada no dia do parto também.
Além de analisar a conduta do pré-natal vale a pena olhar os indicadores como taxa de cesárea, taxa de parto normal e aproveitar para perguntar o que esse profissional acha de você escolher sua própria doula e parteira. É um bom começo pra saber se você está escolhendo o profissional certo para a experiência mais intensa da sua vida.
É trabalhoso construir um parto humanizado? SIM! Então se alguém te prometer um caminho fácil, desconfie. Num país onde quase a totalidade das mulheres e bebês são submetidos desnecessariamente à uma cirurgia ou à um parto induzido, não vai ser fácil viver um parto humanizado.
Se quiser ajuda conte comigo. 🙂 Só marcar um horário.
Gisele Leal
Gisele trabalha com gestantes e assistência ao parto desde 2010 e a partir de 2020 atenderá exclusivamente como parteira. Se você quer mais informações sobre parto domiciliar e se quiser conhece-la, entre em contato. (19) 9-8102-0880
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