Eu costumo dizer que há muitos tipos de gestação…. Uma gestação é sempre diferente da outra, não dá pra enquadrar todas as gestações em tipos.
Independente de como a gestação chega, em geral há dezenas de dúvidas, sentimentos, anseios, inseguranças, certezas que a cerca.
Já passei por três gestações. Três gestações muuuuuito diferentes entre si. A ultima, foi a que me senti dona e protagonista de todo processo de gestação, parto e pós parto. E digo a vocês que foi a melhor coisa do mundo. Sentir-me dona de mim, do meu corpo, segura, independente. Tudo isso fez uma diferença enorme no gestar, no parir, no amamentar e no cuidar da minha filha.
Tenho encontrado aqui e acolá mulheres que estão grávidas pela primeira vez. E me dá um comichão…. uma vontade louca de que elas possam passar pela primeira gestação de uma forma perfeita como passei pela minha terceira. Uma gestação muito mais leve (em todos os sentidos, inclusive no peso), mais livre, mais gostosa, com gostinho de quero mais. Nesta 3a gestação, como diria a Kalu, eu me dei alta da doença de gestar e me entreguei a delicia de estar grávida. Foi muito gostoso, tanto que a Catharina só quiz sair da barriga com quase 41 semanas.
Eu ignorei os meus medos. Eles estavam lá com certeza. Mas eu optei em não ouvi-los. Optei em ouvir meu corpo, os sinais bons e acreditar na minha natureza perfeita. E fez toda a diferença.
Poderia abordar todo o estress que passei para conseguir parir naturalmente em um país totalmente cesarista e intervencionista. Mas hoje, passados quatro meses do parto, não penso mais nisso. Penso apenas nas coisas boas que colhi de uma gestação mais madura, onde eu decidi o que eu queria e o que era melhor para mim e para minha filha.
Poderia usar o post para falar sobre os preparativos, sobre os acontecimentos de cada mês, sobre o enxoval. Mas há dezenas de sites e blogs que fazem isso muito melhor do que eu. O que quero mesmo é falar para você que está grávida: SEJA INDEPENDENTE. Você está gerando uma vida, e não há nada mais poderoso e mágico que isso. VOCÊ está passando por isso e não sua mãe, ou sua avó, ou sua cunhada, seu obstetra, ou sua melhor amiga. Esse momento é SEU. SEU e do seu companheiro se tiver. Então, não deixe que histórias macabras sobre complicações na gravidez, parto e pós parto, sem nenhuma evidência científica te torturem ou povoem sua mente inadvertidamente. Eu li em alguma lista, que uma gestante usava um broche com uma frase do tipo “Sem histórias tristes e trágicas por favor. Meu bebê também ouve.”. Achei o máximo. Permita-se dizer a quem for, que você não quer ouvir sobre tragédias da gravidez da prima da vizinha da cunhada da sua tia. Porque parece que todo mundo quer que a gente se sinta doente, incapaz e fragilizada quando estamos grávidas. E na vedade, se você está grávida é justamente porque você É saudável, capaz e forte! É justamente o contrário do que as pessoas que nos rodeiam querem que acreditemos. Não fazem por mal, mas no trocadilho: só faz mal. Não agrega nada, não mesmo!
Um segundo ponto muito importante: INFORME-SE. Informação liberta, como já disse tantas vezes. Informação nos tira do mundo da “matrix” e nos coloca em posição de optar pelo que queremos conscientemente, sabendo o que é melhor para nós. Não deixe nas mãos do obstetra, do marido, da mãe ou da sogra decidir a trajetória de sua gestação, parto e pós parto. Como você poderá educar seu filho, da forma que acredita ser melhor para ele, se durante a gestação deixou que todas as vozes falassem mais alto que a sua própria voz? Ser mãe, no sentido de maternidade, começa desde que evidenciamos as duas listras cor-de-rosa no exame de farmácia ou um “positivo” no exame de laboratório. Para ser uma mãe completa é preciso deixar de ser filha. É preciso cortar de vez o cordão umbilical com a mãe, ou libertar-se das amarras que se cria com a sogra, a cunhada, a amiga, a sociedade. Ser mãe, significa entre um milhão de outras coisas, tomar as melhores decisões possíveis para aquele serzinho que ainda é um grãozinho de areia no ventre. Seja não bebendo, não fumando, não comendo porcarias, não tomando remédios desnecessários enquanto estiver com um habitante tão especial em seu corpo.
Não julgo quem assim não faz. Só escrevo para aquelas que ainda não sabem que tem TODO DIREITO de fazer assim, simplesmente. Porque as vezes, quando nos tornamos protagonistas de nossa história e vamos contra toda uma sociedade (ou apenas um grupo familiar), parece que estamos fazendo algo errado, como se não devessemos, não pudéssemos fazer isso. E te digo. Você não só pode, como tem direito e DEVE.
Visite nossa pagina sobre “Grupos de Apoio” no Brasil todo. Participe de reuniões de grupos de gestantes. Faça tudo o que puder, e informe-se o máximo. Esse tempo é o SEU de gestar pois, como disse lá em cima, cada gestação é única e essa que você está vivendo agora, não volta mais.
Um beijo carinhoso
vc é ótima e escreve super bacana!!!!
que venha o 4o filho!!!! rrsrsrsrsrsrsr!!!!
só engravida quem quer e nada é por acaso! será????
bj e saudade pri
Gi, adorei o texto. Muito inspirador e delicioso de ler! Precisamos nos falar! Provavelmente a Dra Cátia Chuba será a GO que vai assistir meu parto. E provavelmente, se Deus quiser, vai ser lá no São Luiz. Estou muito empolgada, tranquila, ansiosa para poder protagonizar meu parto. As vezes me pago pensando que eu quero que o TP dure bastante tempo…. parece que eu já sinto saudades dele! rsrsrsrsrs
Vai ser um momento inesquecível, eu JÁ tenho certeza disso!
Beijos e parabéns, continue sempre postando, você me inspira! 🙂
Ana das Floras (Julia 3a. e Mariana 2a. e do Matteo 25sem.)
Corrigindo…
“As vezes me pego pensando…”
Gi, perfeito e muito, muito verdadeiro :-)!
Deveria ser distribuído jnto com os exames que a gnte compra na farmácia pra confirmar a gravidez rs, iria ajudar tanta mulher e libertar para viver aquilo q nossa alma e nosso coração tanto pede, e a gnte fica só lá fazendo q não ouve…
Mil bjos, parabéns!!!!!!!!
Gi,adorei o texto,muito legal,o Matheus nasceu de cesárea,se eu tiver outro filho sei q é possível ter a maravilhosa experiência de dar a luz naturalmente depois da cesárea,penso sempre me vc e na sua história,e tenho mais certeza ainda,bjoo
Rafaela do Matheus e do grupo de mães de Sorocaba
Gi, era tudo que eu queria ler… Muito inspirador mesmo!
Nesta minha gestação (terceira) estou mais conciente, mais segura, percebo melhor meu corpo e curto muito mais e sei bem o que quero, também tenho meus medos, mas procuro não pensar muito neles… Estou no ínicio da minha caminhada, mas com ajuda e apoio de mulheres como você sei que vou conseguir ter meu parto natural, humanizado quero meu VBA2C!
Beijos
Flavi, (Natália 15a, Gustavo 13a, grávida de 12 semanas)
Oi Gi,
Desde a primeira vez que li seu post adorei e posso dizer que ser protagonista da nossa própria gestação é ótimo. Ler muito e se informar faz com que não nos deixemos amedrontar diante das barbaridades que pessoas sem noção teimam em comentar com mulheres grávidas. Eu estou neste momento terminando minha 39° semana de gestação. Estou doida para ver a carinha dela (Lara), mas aguardando seu tempo e meu corpo. Espero em breve dar boas notícias e compartilhar outros conhecimentos.
Bjs
Kelly
Kelly querida!!
Parabéns pela chegada da Lara!! Quero te visitar!
Mulheres como você são iluminadas, e tudo o que acontece neste mundo, é para usarmos em benefício de nós ou dos outros.
Beijos!