Como Michel Foucault problematizaria a disputa entre a mãe e o neotalogista?
Em um reino não muito distante, chamado país das cesáreas, a esmagadora maioria dos bebês nasciam nos hospitais através de um procedimento de extração logo que chegavam às 38 ou 39 semanas, e assim, ficavam “livres” do perigoso e maléfico útero de suas mães, antes mesmo de seus pulmões estarem prontos para desempenhar sua função.
Por causa disso, muitos bebês nasciam com dificuldade de respirar, e foi aí que tiveram a brilhante idéia de entregar esses bebês, imediatamente após seu nascimento, nas mãos dos neonatologistas para que fossem avaliados e enviados para ficarem em observação nas UTI’s até que estivessem menos “cansados”. Foi assim, que se criou o protocolo de entregar todos os bebês para o pediatra neonatal, antes de entregá-lo à mãe e ao pai.
Esse protocolo seguiu por muito tempo em todo esse reino, e ninguém tinha a coragem de questionar os tão poderosos médicos semi-deuses e muito menos as instituições.
Até que um dia, surge uma legião empunhando artigos científicos, recomendações da Organização Mundial da Saúde, e do Ministério da Saúde do próprio país das cesáreas, e através das poderosas redes sociais, começam a propagar a boa nova: a Humanização do Parto e Nascimento fortemente embasada por evidências científicas.
Para desespero dos que lá já estavam durante tantos anos praticando o tal protocolo de entregar os bebês para os neonatos assim que nasciam, chegam as tais evidências científicas e mostram que os bebês não devem ser separados de suas mães.
Demonstram com fatos e dados que os obstetras podem (e devem) entregar os bebês assim que nascem para suas mães se estiverem bem. E que os obstetras podem e devem, inclusive, entregá-los sem cortar o cordão umbilical.
Uma pequena minoria de neonatologistas viu que isso era óbvio, e com muita facilidade se adaptou e começou a propagar a novidade, tornando-se os preferidos de mães e pais informados e conscientes. Porém, a grande maioria sentiu-se assustadoramente ameaçada, e numa tentativa de recuperar para si o poder, digo o bebê, exigiu da instituição que expulsasse os que traziam a boa nova.
Como termina essa história? Quem vence a disputa: os que trazem a boa nova e atuam com base em evidências cientificas e seguem as recomendações da OMS e MS, ou os que não largam o osso e vêem no simples fato de um obstetra entregar o bebê para a sua mãe uma ameaça absurda?
Ainda não sabemos, mas aguardamos ansiosamente as cenas dos próximos capítulos.
Você pode contribuir para o final de uma dessas histórias, em uma das cidades desse reino não tão distante assinando este manifesto: http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=07102013
Gisele, sou tua fã! Já assinei. Que venham mais e mais médicos dispostos a não serem os protagonistas nas histórias dos nossos partos. Beijo no coração
Oi Gabrielle obrigada pelo carinho!
ajude a divulgar!
beijos
Oi gisele, gostaria de saber quais são os hospitais humanizados em campinas? Que atendem pelo SUS!!!!
oi Nicole. Não temos hospitais nem publicos nem privados que sejam humanizados. Nem em Campinas nem na maioria das cidades Brasileiras.
E para que essa realidade mude precisamos gerar demanda e exigir nossos direitos.