Você pode ler o capítulo I e o capítulo II antes de começar a ler este capítulo.
“Ufa! Até que enfim. A primeira. Forte. Rasgando. Dor cortante no púbis. Ou será na lombar? Peraí. Uma contração dói o púbis, a outra a lombar. Eita bebê cabeçudo. Ô dor da morte. Mas peraí. Estão espaçadas apesar de muito doloridas. Fase latente. Ahhhh vou dormir… Onde eu estava com a cabeça quando desejei sentir essa dor de novo? Sou maluca. Aliás, bando de xiitas malucas.”, pensei.
Fiquei ali deitada sentindo contrações a cada 10 minutos ou mais, ao lado do Cesar, por uma hora eu acho. O que era aquilo? Não dava pra ficar deitada. Dor-Da-Morte! Levantei, rebolei, fui pro chuveiro de novo. Saí do chuveiro depois de um bom tempo.
– Luuuuuuuuuuuu me ajuda. Pega bolsa de água quente.
Lu pegou forro pro sofá, sentei, colocou uma cadeira pra eu esticar as pernas, cobertor e bolsa de água quente. E ali dormi entre as contrações por umas 3 horas eu acho. Foi quando a Kelly acordou com o celular tocando. Outro trabalho de parto.
– Gi, vou ali correndo, está adiantado, já volto.
“Vai lá Kel. Acho que vc não vai conseguir fotografar os dois.”, pensei
– Vc vai ver. Bb4 vai me esperar.
Foi. Ela saiu e eu voltei pro chuveiro.
“Vou morrer. Vou morrer. Que dor é essa. O parto da Cacá não doeu desse jeito. Preciso atravessar essa fase”.
– Cesar devo estar com 7 pra 8. Liga pras parteiras. Liga pra pediatra. Sim, tenho certeza. Agora é trabalho de parto!
“Transição filha da puta. Que dor lazarenta. Vou quebrar no meio. Não lembro de doer assim. Ai meu púbis. Ai meu sacroooooooo. Que dor é essa????? Deixa vir Gisele. Respira. Não briga com a dor. Respira… A mesma respiração que a Lu te ensinou pra pressão. Que pressão? Cadê todo mundo? Dor, dor, dor. Quem vai ligar? Já ligaram?”
– CESAAAAAAAAAAAAR VAI BUSCAR A BIA! EU QUERO A BIA! QUERO AS CRIANÇAS AQUIIIIIIIIIIIIII.
“Cadê as crianças????, Cadê???”
– Luuuuuuuuuuu quero uma analgesia, não vou aguentar. Que dor é essa????????????
– Magê liga pra Bá. Telefone da Tim. Pergunta pra ela se é menino ou menina. Preciso saber, e tem que ser agora. Barbara Parteira. Ela estava no meu ultrassom. Ela sabe. Ligaaaaaaaaaa. Não sei se quero saber. Liga. Quero saber. É menino ou menina…????????????
– Gi, as parteiras estão vindo.
“Dor da morte. Vou morrer. Renascer. Entrego. Aceito. Confio. Agradeço.”.
– Tá acabando. Tá acabando. Eu sei que está. Cesaaaaaaaaaaaaaaar. Magêeeeeeeeeeeeeeeee. Esquenta a banheira.
“Preciso da banheira. Socorro. Preciso. Preciso.”
Começaram a tirar água da banheira, com baldes e jogar no vaso. Esvaziaram rapidinho. Saí do chuveiro:
– Lu me ajuda a ascultar esse bebê.
– 140bpm Gi.
– Ótimo. Vou pra banheira. “Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh hhhhhhhhhh que alivio. Água quente. Não acredito. Posso boiar. Eu com esse tamanho todo posso boiar nessa piscininha de criança? Boiar? De barriga pra baixo? Ahhhhhhhhh saiu toda dor do púbis! Que deliciaaaaaaaaaa. Vou ficar aqui pra sempre.”
Ouvi as crianças chegando.
– BIAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA.
Bia veio, me deu um beijo.
“Ai que delicia ver vcs”.
– Arthuuuuuuuur, Cacáaaaaaa!
Me beijaram.
– Nossa vcs estão fedidos. Vão tomar um banho!
Magê foi dar banho nos dois.
“Ahhhh agora posso parir. Nem acredito que eles chegaram!”
(Continua….)